domingo, 7 de novembro de 2010

Qualquer um

Irineu nasceu de cinco meses e nunca engatinhou.Andar, só depois dos três anos .Um dia,de repente .Gaguejou até os doze e , mesmo nessa época, ainda mamava.Em pé,diante dos peitos escancarados da mãe orgulhosa.Na escola quebrou braços e pernas.Soltava pum durante o Hino Nacional,derrubava merenda no uniforme e não entendia as vantagens de beijar de língua.Todos fugiam dele:marcava gol contra, tinha mau hálito e não decorava quem descobriu o Brasil.Ninguém dava um tostão por Irineu.No entanto, nada de esquisito aconteceu com ele .Provavelmente porque não entendia o que era "aquele lugar "onde, vira e mexe , o mandavam tomar.No fim, chegou até aqui, como qualquer um de nós.

Fernando Bonassi.in Da Rua

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