sábado, 13 de novembro de 2010

Voltar a cantar

voltar a cantar o que é claro
com um verso muito claro.

Voltar a falar do que é simples
como quem se sabe simples.

Voltar a rimar a palavra
consoante outra palavra.

Voltar a medir uma estima
com o metro de outra estima.

Voltar a dizer com a boca
o que quer a tua boca.

Voltar a saber de ouvido
o que soa em todo ouvido.

Voltar a sentir o de sempre
porque nada é para sempre.

Voltar a viver o que vive
porque belo é quanto vive.

marcelo Sandmann

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