Quem entrega o corpo à sorte
sabe sorver a inquietude,
sabe que nada é muito forte,
favo de vício ou virtude.
Quem entrega o corpo à arte
sabe o sabor de um martírio,
sabe que a alma nunca parte,
sempre aqui o seu retiro.
Quem entrega o corpo à vida
sabe beber da beleza,
sabe a reza comovida
nun rosário de incerteza.
Quem entrega o corpo à morte
sabe seguir o seu signo,
sabe que nada impede o corte,
último único desígnio.
Marcelo Sandmann
Nenhum comentário:
Postar um comentário