domingo, 27 de janeiro de 2013



José Aparecido Fiori
MATINAS - Sou solteiro nato, mas não casto. Guardo o celibato. De fato, plantei uma árvore, escrevi um livro, fiz filhos, até música sacra compuz sacrílego com estribilho. Não me ufano de ser mundano. Nunca fiz questão do brilho profano. Impuseram-me o casamento, os merdíssimos juízes, pela lei do concubinato. Tento ser o que sou, deixando a vida milenar a mil me levar, o ar respirar, o ser me inspirar até um dia morrer, ou me matar. Vivo, não existo, à relva do relento, à mercê do vento. Silencio o suplício da dor com cilício. Só me calo com o cálix bento. Unjo-me, punjo-me, ponjo-me, despojo-me, lambuzo-me, que nojo, unguento. Não sei, realmente não sei, como, por que, até quando, eu aguento. Bom dia!!

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