(Marco Cremasco)
sou a mulher
de mãos calejadas
trago nos dedos
estrelas e desejos
nesta vida rendeira
de idas e vindas
teço trevos e corrupios
de pontos invisíveis
tenho no olhar um laço
alinhavo ligeiro
no meio das nuvens
que tramam o sol
resgato no seio d’alma
a calma de um tesouro
oculto nos olhos turvos
dessa artesã sem repouso
então tateio bilros
- restos de sonhos -
que me fazem rendar
sem nunca me cansar
obs: para as rendeiras e rendeiros (de palavras e de olhares).
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