sábado, 23 de maio de 2015

CÂNON


Eu acordei a ouvir o sanhaço azul
De ouvir o azul sanhaço despertei

Que privilégio viver nesta cidade inserto na floresta!
Incerto céu de pedra, e copa, e mais acima anil e anjo!

Polifônica alvorada do mundo: carro corre, e curva.
Bach e Braque pintando sobrepostos, som e cor, carro e flauta.

Depois vem a vizinha, liquidificando as formas.
O vórtice da máquina que volve fruto em fração molar.

E o sanhaço novamente me arrebata...
Rebate o anjo alhures — ainda é tempo de sonhá-la.


Igor Buys            

07 de janeiro de 2011

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