sábado, 23 de maio de 2015

ESFINGE




A luz pintava-lhe uma face de ouro,
a treva esbatida a restante em segredos.

Olhos azuis refletindo outras cores.

Lua amarela por sobre árvores negras.
Palavras, emoções e sorrisos nossos
volviam a vapor... Noite fria.
Fogueira boa.

Vento que desalinha os cabelos,
excita na relva um cheiro de verde.

Dedos se enlaçando. Olhares
sem significações simples. Destino.

Desatino de não ter nada mais a fazer
se não devorar o amor, por ele devorado
ser e arde, gaguejar, e gemer.
Seio de ouro, ventre de negro e dourado,
cabelos de prata loura jorrando, esfinge
de unhas, enigmas. Lança minha
cravada na carne, mulher, leoa, menina.
Amor, vapor...

Silêncio. Nem os grilos ousam.

Igor Buys

17 de novembro de 2010

Nenhum comentário: