sábado, 23 de maio de 2015

KÁON


Entre tantas
que tenho
não tenho
que tive
deixei
e admiro,
entre tantas que
poetiso
que não poetiso
você,
só você de algum modo
me basta e
me pertence, sem ter
pertencido em suores.

Guardo o teu scarpin
cor de maçã do amor
cor de crime e desejo
no criado-mudo meu.

Guardo um abraço
de vidro, de aurora
de bruma em brasa.

Sua foto, seu nome
escondido no verso-
-da-pele e da noite.

E nada mais peço
que permanecer
assim... perto do
perto. E inebriado.


Igor Buys
02 de janeiro de 2011

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