sábado, 23 de maio de 2015

TELEPATIA


Quando fazia amor com ela,
cerrava os olhos
apertando-os
e mergulhava muito fundo
como fugisse ao entorno
como buscasse — a outra
para além da tona do real
lagoa adentro
de sua morna, morena acolhida.

Um dia, enquanto o fazia
ela me bateu,
me esmurrou as costas,
várias vezes... E urrou.
Saí de dentro dela
e a fitei. Atônito...
Estava triste, ferida;
virou-se.
                                 (teriam meus pensamentos
                                 sussurrado pelos meus lábios!...)
Estava tudo acabado.

Não foi necessária palavra.
Estava tudo entendido.
De algum modo.
Telepaticamente.


Igor Buys

17 de novembro de 2010

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