sábado, 5 de janeiro de 2013

À espera da faísca que rasga o céu de festim




O plano é não ficar parado
Deixar a mente atravessar
a perspectiva da bala
Nada disso é exato ou uma
psicopatia que sempre esteve ali
O gatilho são essas pupilas inquietas
vibratórias na hora do escárnio
Agora está tudo calmo e nem pisca
o ponto de luz no canto superior direito
Em que se está pensando nessas horas
de puro terror controlado?
Qualquer arma letal se transforma
numa extensão do corpo
à falta de... Excessos são amputados
Quem precisa perpassar chamas no asfalto
diariamente nem presta muita atenção
nas letras queimadas dos painéis noturnos
São caminhos anônimos que se cruzam e
destinos desovados entre os becos de
renomadas avenidas. Sob o teto lunar
de paredes imundas escorrem os símbolos
pichados das sequelas. Atônitos
transeuntes desconhecem os limites do breu
rasante engolindo a cidade
sem estrelas.


Lara Amaral

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