sábado, 19 de janeiro de 2013

Canto V



 De Mara Paulina Arruda

Os ipês estão floridos na linha Caravaggio onde a família dos tamanduás tem uma moradia. É uma família que fuça em tudo quanto é canto. Se alguém convida eles saem se quebrando. Seu Tamanduá é pedreiro. Cada casa que constrói é uma mudança que acontece. O dono da construção exige que ele more lá, enquanto levanta a casa, para fazer a segurança do material. Afinal, tijolo, cimento e areia não são coisas baratas! Os tamanduászinhos crescem contando os tijolos, medindo areia para misturar com cimento e água. Ainda não vão para a Escola. A dona Tamanduá disse que é cedo. Só depois dos sete anos. Dona Tamanduá também ajuda na montagem da casa e no primeiro cantinho erguido por ela. De um lado arruma uma mesa com uma tábua larga para pôr o café, o almoço e o jantar e, do outro lado, faz uma cama para eles descansar. Faz chá de arruda para passar a dor de cabeça do Tamanduá velho. E, nas horas em que ela está divarde, se entrete com as formigas. Ao anoitecer voltam para a forma inicial: empalhados e pregados na parede da sala para as visitas ver.

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