II Questão filosófica
De Mara Paulina Arruda
Depois que o sol deixou o céu todo daquela cor lilás
devereda ele veio com a faca no meu pescoço. Eu disse: tutti buena gente;
mávámano porque ficar assim?
A questão estava emperrada no João-da- mudança que por
baixo dos panos aprontava contra ele.
Então eu disse: mano eu sou inocente. E vá vá vá o João
você sabe bem como é que ele é! Esse daí não tem jeito.
Então ele, abaixou a faca, a cabeça e caminhado no
gramado olhou os bichos ciscando. E disse: Esse livro não termina nunca; as
folhas estão amareladas, esse título está fora do lugar e o assunto tratado me
refere. Eu me pergunto por que diosanto ele, em sua sabedoria, tem que dar pra
gente irmão como esse daí.
Eu fiquei quieto, no meu canto lastimando as escolhas
que não podemos fazer enquanto os primeiros vaga-lumes na noite começaram a
brincar no arbusto próximo de mim.
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