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Eu tenho todas as raças liquidadas em meu sangue,
Eu tenho todos os povos tombados em meus braços,
Eu tenho o estigma desse tempo,
E tenho o sangue e a terra misturando-se e restaurando-se
In memorian.
Eu tenho as trincheiras nas costas e asas nos pés,
Que me levam a todos os continentes.
Eu tenho em cada olho uma bomba detonada,
E na boca uma granada por explodir.
Eu sou o produto desse tempo discutido em dialética.
Eu sou a hipótese e a síntese matemática dos acontecimentos.
Eu sou a criança metralhada,
Eu sou a angústia da humanidade toda,
Que se desfaz,
Aprendendo a morte,
Dia a dia.
(poema de Nilza Barude , poeta paulista, fez parte da
Catequese Poética e atuou como jornalista em São Paulo e na Bahia. Dirigiu,
criou e apresentou programas na TV. Recebeu título de Cidadã da Cidade de
Salvador e publicou Amor/Ação(1995), Contos &CartasMemórias de um Coração e
Reticências (2011).É também artista plástica. Nilza está na série AS MULHERES
POETAS...Se quiser ler mais, clique no link
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