Dei para cair no Walmart, acho que não vou mais lá. Três
quedas nos últimos meses. Outro dia alguém quebrou uma garrafa de Cidra e eu
não vi o chão molhado e cacos ao redor, um pouco atrasada queria ir preparar o
almoço do filho _ era domingo _ escorreguei e cai entre cacos pontiagudos. Por
ter uma proteção do céu, nem me arranhei. Só ganhei uma marca roxa na perna
esquerda que entrou com tudo embaixo da prateleira. Cair é uma coisa horrível.
Hoje cai de novo, no Walmart. Estou com a cabeça estourando de dor e uma
sensação estranha que é quase dor no rim direito. Veja só, posso morrer só de
sair para ir ao Supermercado. Hoje, um moço saiu do carro e veio me ajudar ali
na entrada. Ele disse _ troque o sapato _ como assim? Eu vou à padaria,
açougue, mercaria, café, restaurante, todas as lojas da região. E nunca cai por
estar usando este sapato. Eu vou ao centro, eu ando pela cidade, devagar, mas,
ando... E não caio. Eu só caio ali, que tem pisos horríveis que vivem molhados.
Então, lembrei meu amigo Clifton dizendo que eu devia comprar uma bengala. Sim,
quem sabe. Uma bengala e os cabelos sem tingir, pronto _ A senhora veste seus
quase sessenta anos de fragilidade e saúde abalada. Só espero não ter que
decepar meu pé direito, como Frida Kahlo, pois estou assim desde 2007 com o pé
direito detonado e sentindo dor na sola, caindo em lugares públicos. Ave! Mas,
agrada-me a ideia da bengala. E quem sabe quando andar de ônibus vão ceder o
lugar, e não caio mais no Supermercado. E fico com ar de escritora de romances
de mistério. Vou comprar a bengala.
Bárbara Lia
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