sábado, 30 de novembro de 2013

Me perguntam se eu acredito em cura pela poesia. Respondo, sem o fazer diretamente, que desconheço processo de cura que não passe pela palavra - ou, antes, pela voz que profere a palavra que tem poder. Mas você já curou alguém com sua poesia?, insistem. Digo, entre constrangido e intrigado com a pergunta, que prefiro não responder, me sentindo curado, quando menos, da antiga mania de dizer que, sim, já me curei de mim mesmo, do sujeito pretensioso que eu era quando - por conta das minhas pesquisas no campo da performance -comecei a me interessar pelas técnicas do sagrado, há coisa de uns vinte anos. A pessoa que mora dentro da minha pessoa sabe que nem desse tipo de vaidade eu me curei ainda.

Ricardo Aleixo

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