sexta-feira, 6 de junho de 2014

Carlos Moreira

o tempo não merece
um único verso
e amar não é urgente
pronto: passou
a vida inteira
de uma vez
e teus olhos cegos
não mudaram de cor
há mortos no porão
mas você mora
em edifício
não restará nem fóssil
do teu princípio
de melancolia e tédio
o tempo
esse canalha
não merece um verso


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