terça-feira, 7 de abril de 2015

ADOLESCENDO


Adoeço com a filha adolescente
Ela parece estar doente
Engole a internet a noite inteira
Dorme quase o dia todo
Não lê, não lava louça, não cozinha,
Espalha as roupas pelo piso
E friso:
Cada resposta sua é
Desnecessariamente afiada,
Um grito
Bate a porta
Não responde a nada,
Pergunta que lhe façam ou não façam
Não fala
Na pré-adolescência estranhamos
Agora sabemos que mora conosco
Uma estranha
A família tem enxaqueca
A família não é família
Não por enquanto

Alguns anos ainda.

Paulo Betancur

Um comentário:

Anderson Carlos Maciel disse...

Estava gostando de você, mas demonstra vocabulário retrógrado. Compreenda melhor o universo feminino, estereótipos sobre os quais não leu e questões existenciais do gosto em aparecer em público afim literário, - em fazer tais asserções nada delicadas e suaves como plumas e não penas de canetas para poetas mais humanos, - humanistas - conhecedores dos movimentos feministas e de suas implicações na cozinha poética e no tanque poético. Perdoem-me as donzelas, por tais eufemismos imperitos.

Bom dia, amor universal, consciência cósmica.