sábado, 4 de abril de 2015


Ahhhh, eu não resisto, cada vez que encontro uma perdida, na rua, com a maior delicadeza abro um espaço no meu bolso ou na minha bolsa e é pra lá que vai meu pequeno tesouro. Claro, junto moedas de rua também... e não são poucas. Hoje, o dia ainda dorme e eu com mil coisas para fazer, encontrei uma e outra entre meus guardados e arrumações.Somente então, súbita constatação, me deparei com indelicadeza maior, enorme, do tamanho do mundo: não sei seu nome em português. Para quem me conhece, sabe que sou escritora e ministro uma oficina palavreira há muito tempo. Então, a culpa é maior, como deixei escapar o nome deste anel das ruas, desta estrela do chão, deste desenho de aço? Em espanhol seu nome é "tuerca" (meu irmão Carlos Alberto Valdivia Galvez tem um quarto cheio delas e certamente quando vejo uma, na rua, recolho "tuercas" e saudade)
Alguém me falou que seu nome é porca. Não, não acreditei nisso. Porca é a mulher do porco. Alguém sabe seu nome verdadeiro? As coisas precisam ter nome para existir e eu não quero terminar o dia com esta dívida.
Bom dia meus queridos leitores, amigos daqui e de lá, que sempre ampliam meu vocabulário e minhas metáforas, em diferentes línguas.

Gloria Kirinus

Um comentário:

Anderson Carlos Maciel disse...

Bom dia, na luz da cosciência cósmica emanada pela boa literatura. Nossa família sempre chamou simplesmente de "trocados" as moedas guardadas. A porca deve se referir ao "porquinho", imagem tradicional pela qual se moldam os cofrinhos de crianças, ou mesmo adultos.