sábado, 11 de abril de 2015

SONETO II


Mário Faustino (1930-1962)

Necessito de um ser, um ser humano
que me envolva de ser
contra o não-ser universal, arcano
impossível de ler
à luz da lua que ressarce o dano
cruel de adormecer
a sós, à noite, ao pé do desumano
desejo de morrer.
Necessito de um ser, de seu abraço
escuro e palpitante,
necessito de um ser dormente e lasso
contra meu ser arfante:
necessito de um ser sendo ao meu lado,
um ser profundo e aberto, um ser amado.


Um comentário:

Anderson Carlos Maciel disse...

Universalmente válido, sábio ou profano. Estradas dos 5 sentidos despertam o primeiro amor por si mesmo em espasmos sensuais de sabedoria que seduzem os verbos mais doces e delicados.