quarta-feira, 9 de setembro de 2015

o poema

Carlos Moreira

o poema
não tem
placa solar

é de escuro
muitas vezes
suas águas

ave noturna
meio treva
meio palavra

coisa rude
inesperada
bárbara

nem pé
nem cabeça
nem máquina

todo poema é sujo
e jorra (placenta)
do nada


*

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