sexta-feira, 11 de setembro de 2015

pêra do príncipe i




digo que o que prezo
é o contrário do que penso
do tédio (embora pregue a saudade)
no verso sou o contrário
diria ainda que quando sorrio
tenso meus dedos saciam
teu gozo num ritmo sincopado
definitivamente lírico e azo
conquanto que o amor afine ainda
causa tanto dano a nós (ou a mim)
não me espanto de ficar à deriva
tão só pelos teus enganos de menina
a pêra do príncipe ii
arranho fibras de vidro
vibro a janela com afinco
minhas unhas retinem
a sinfonia do reflexo
me diluo estrela
e a lua é a puta do meu calendário
(a mulher que se ama é lendária)
embora a não mais querer
o meu cão ladra e morde o sol
nos dias quentes sem nuvens

e todos os mistérios descobertos

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