segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Fuga alada
Nesta manhã de setembro
Depois de uma noite de chuva
Metade de mim
Desaba-se
Em pardais...
Enquanto o dia segue
Com seus para-choques
Atropelando o silêncio.
Num chilreio monótono, insistente...
Ósculos na face da aurora,
Ela voa sobre muros
Daqui pra ali
De lá pra cá
Com ciscos
De poesia no bico
Querendo que o coração continue sonhando
Após meu despertar...
A outra metade,
A qual espera a escada
Da racionalidade,
Reza,
Se levanta
Vai ao toilette
Toma café
Abre a realidade
Nua e crua
No jornal
E, logo, também se desmancha
Em pardal

Valdeci Almeida

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