quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DAS MULETAS

Por um momento,
espalha-se a sídrome da manjedoura...
São lágrimas e sorrisos comovidos
em sintonia com as canções mais ternas.
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Pra colorir o início de uma nova estação
e, pra acalmar toda comoção...
ao ouro, ao incenso e à mirra,
fazem alusão.
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A mesa fica farta com iguarias típicas
e, o amor é trocado por presentes do mercado.
A manjedoura é lembrada em algumas
cenas de cera, plástico ou de outra qualquer coisa.
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Logo, o foguetório chega
trazendo nos braços uma nova aurora...
É ano novo, que beleza!
Renovação de alguma coisa!
.
Atravessa-se um mês inteiro
pra cair na realidade...
mudou um ano por outro
e, a vida segue.
.
Chega o tempo de alimentar-se
com novas fantasias...
Vem as alegorias e enredos
ao som de baterias e folguedos.
.
O aniversariante de dezembro
é lembrado em outro festejo,
onde remememoram sua saga
de morrer e renascer inteiro.
.
Nesse vai e vem, de comovidas festas,
o ano passa corrido...
Da manjedora à cruz
tudo pra festa é motivo.
.
De repente, vejo que as verdades
tomam dimensões diferentes...
Tanta fé derramada,
nada de resolver problemas pendentes.
.
Vivem-se amparados em muletas...
os pobres almas, das crenças cativas.
Não querem as rédeas da vida...
preenchem lacunas com datas comemorativas.

JULENI ANDRADE
http://bandasdegaragem.uol.com.br/hotsite/?id_banda=30359

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