domingo, 13 de dezembro de 2009

ZONAS SOMBRIAS DA CIDADE

Lâmina afiada separa em pedaços
partes corrompidas expondo feridas
em crianças desnutridas, sorrisos indigentes,
de triste olhar, carentes,
gente excluída, sociedade infanticida,
zonas sombrias da cidade,
violência à mão armada,
soldados meliantes, fuzil engatilhado,
já não estão mais tão distantes.

Um tiro, uma rajada, e as pessoas na calada
escondem-se assustadas, não querem nem saber.
A fome, a dor, o grito, um corpo na calçada,
um menino, uma criança, escolheu a via errada,
a morte tem seu nome gravado em sua espada.

As minhas mãos suadas, o meu olhar cansado
em busca de um remédio, ferida inflamada,
é o nome desta vida que escorre pelo esgoto
da cidade sitiada pelo medo e o desamor.

É só um triste pedaço exposto na calçada,
algumas velas acesas e as pessoas apavoradas...
Não tinha quinze anos, não sabia quase nada!
É o preço que se paga por tanta omissão.
É o preço que se paga por se olhar os excluídos
como se não fossem nossos irmãos.

NALDOVELHO

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