sábado, 15 de janeiro de 2011

Aridez

Corpos e espaços de aridez intensa,
em um compasso de natureza vacilante
lastimam esta nefasta contínua ausência
que tornam a alma seca e a vida arfante.

Das lágrimas faz-se o júbilo das crianças
que se embriagam em salgado néctar derramado
pelo rosto de olhar profundo e vago
que não se cansa de sonhar em esperanças.

E pro corpo intruso do desapercebido viajante
que traz consigo velhas chagas já curadas
em sua culpa, em uma eterna vida errante,
levará para outros campos de fartas searas
a aridez sepulta em olhar infante

E serão para outros olhares, estas imagens,
lúdicos opróbrios indignados,
alimento volátil, desfigurado,
sina de uma eterna vida errante.

Rodrigo Turin

Nenhum comentário: