no mapa
a intempérie
das guerras
as falsas promessas
das chefaturas do
bem
Nesta dramaturgia
dos sonâmbulos
crianças escaldam
os pés
nas paisagens do
deserto
ferir o olho da
virtude,
sim,
ferir com graves
sequelas
a infância do mundo
ferir com espinho
pontiagudo
o olhar da jovem
mulher
que pede por rosas
cortar os pulsos da
esperança
na centrífuga
abominável
dos helicópteros
do Armagedon
pense em jardins,
em abraços
comprometidos,
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em pátios internos
de uma infância
de fábulas e
aconchego
pense nisso
enquanto as imagens
na TV
te avinagram o
coração
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a chuva grossa
enfeitava silêncios
comia as uvas
frescas
nos ouvidos
dos pássaros
Incandescia luz
elétrica
nos relâmpagos
e corríamos para
o bem longe nas
nossas distâncias
era a estância
hidromineral da infância
o abotoar
das primeiras
letras
no uniforme do
colégio
tinha louco que
jogava pedra
não gostava dos
que passavam pra
escola
tinha alvoroçar de
avô
na
tarefa de levar os
netos aos estudos
tinha uma
fragrância de novo
no material escolar
e uma ansiedade de
se conhecer o tudo
que estava nos
livros.
Anisio Garcez Homem
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