antes que soubesses
das façanhas dos
meus olhos a te olhar
os empinadores de
andorinhas
sopravam
seus ventos pelas
narinas do tempo
antes de tudo está
o largo olhar
aquilo que
acrescenta seda ao silêncio
o que destroça um
osso na faca dos brilhos
e inunda de
aquedutos as cidades ressecadas
pela impaciência
dos que estão sedentos de amor
antes de tudo
o invólucro da água
mais tênue
da retina mais fina
do papel mais
líquido que a líquida espessura
de uma pequena
borboleta que lacrimeja espanto
olhar de soslaio o
sol
pensar na cidade e
medir seu aqueduto
andar
com os passos
pequenos da chuva fina.
Anísio Garcez Homem
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