um sonâmbulo a moer inocentes beijos
na boca de lindas mulheres jovens
em uma rua que é uma floricultura a céu-aberto,
ele dorme na fervura
destas constelações
onde um cavalo sem arreios
esfrega as narinas nos vitrais da inocência
sempre confunde anêmonas com verrugas
e lhe parece que o
o tempo da pastagem das metáforas é agora
são estações de trens o que avista?
são mulheres a fingir-se de gaivotas
e atrás delas um séquito de centopeias
a carregar nos pés seus pares de sapatos
são gaivotas lindas
a brincar de 14 bis,
mulheres sem amarras de sombra,
solares como uma tarde sem nuvens.
sonhar é sempre
espreitar (com os olhos vendados)
o mundo pelo outro lado
do telescópio.
Anisio G Homem
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