domingo, 17 de novembro de 2013

Mar e Pó

acordei e meu corpo se esvaía em pó.Levantei,
sacudi-me e a brisa da janela aberta anunciava o
meu fim:eu estava ventando.De todas as mortes
que erigi, a mais simples veio me acudir, morrer de
sair aos poucos de mim.

Então, despontei de casa, atravessei duas
quadras de sol e cheguei à praia.Pus meus pés
delicadamente na água. Ao longe,avistei um barco.
Não tive tempo de acenar porque uma onda veio e
me corporificou ao infinito de seu mar.

Daniel Zanella.

Jornal Relevo. Novembro 2013

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