domingo, 3 de novembro de 2013

Rosa Chá Azul Anil



Alma rosa chá.
Vestida de rosa chá.
Na casa rosa areia.

Leva - enquanto passeia -
um oceano de espantos
nas mãos:

Cinzas de rosas
no ar do quarto do avô
morto.

Mistério ácido na boca
- sabor do fruto vítreo -
de figueira desconhecida.

Açúcar cristal brilha
- mínimas estrelas -
nas mãos.

Céu rosáceo de Dali
desce ao chão
e incendeia
o futuro lilás:

rosa chá + azul anil

Linhas do destino
emaranhadas
- já no ventre
de nossas mães.

E apenas agora
o homem sagrado
envolto em acordes
de estrelas no cio.

- meu azul demorado!

Bárbara Lia _ Poesia publicada na Antologia _ O Melhor da Festa 3 (Festipoa/Casa Verde)


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