terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Poema novo, lembrando Guimarães, o Rosa.


Bom dia, gente
O milagre
Dança, ave,
palavra nova,
a inevitável dança,
como diz o Rosa,
das espadas-lanças
nas grandes
e pequenas horas.
Um léxico apenas
e não se pode
escrever poemas
de rios e crocodilos
ou destes tempos malditos.
Então é esperar o milagre
da ave nova,
guardar o riso
até que se acabe
a tristeza
e a inutilidade
do precisado.
Tudo fica claro
se te achegas
ave-palavra
com teu voo
desinquieto.
Quando penso
em guimaranês,
o sabiá entoa uma prosa
de meninos
com a raiz das árvores
e tudo fica assim,
bem menos grave.
Pode-se até tocar
sem medo
o veludo das lagartas
tão verdes
quanto os olhos de Diadorim.


Rosa Ramos.

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