sexta-feira, 22 de abril de 2011

À DEUSA D’AURORA, DA PRÍMULA E DA PÁSCOA (DE SAUDAR EOSTRE)

Ela traz nas mãos o Ovo,



A gema do raiar do dia

E a flama do desabrochar das flores.

Coelhos galopam a sua volta,

Os mais sexuais dos seres,

E, às vezes, também um perlado unicórnio.

Ela é a senhora do recomeço,

Da fertilidade, da Prímula*

E da nova vida no além-túmulo.





Do mênstruo colossal do nascente,

Eostre caminha, desde a Mesopotâmia,

Onde se chamara Ishtar;

Depois, pisando as areias do Egito, foi dita Ísis.

Na Grécia adquirira asas nos pés e nos ombros,

Sendo chamada Eos, e se apaixonara de mortais,

Aos quais soubera raptar, no calor de seu cio e paixão.





Trinta de março era o seu dia:

Os nórdicos a dirão Easter, os germânicos Ostern,

E os cristão celebrarão seu festival

Com ovos de afrodisíacos chocolates.





Hoje, o meu verso se põe a caráter,

De gravata dourada, summer jacket rubro

E sungas** à mostra para saudar como se deve:

— À sequiosa e bela deusa da Páscoa!...





Igor Buys

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