Se me toca a noite turva
Vem-me tua presença sorrateira
Lunares brilhos, sons inimagináveis.
Se meu mal me alforria
Tenho-te o bem numa redoma
Porões de mim.
Indigna retorno-me pensar
Que todo o impuro, abstraio
Posto que me seja dado
Tudo que de puro é.
Autorizo-me audaciosa
Suspirando do fogo incólume
Transpirando teus suores.
E se me foge a noite
Desenho-te na vidraça embaçada
O perfil de mim
Que te sai da boca
Num beijo muito dentro
Muito perto
Muito junto.
Submeto-me a tortura
Que vem da ausência tua
Nestas noites de lua cheia
Norteando verões
Trazidos dos teus ventos, sul.
Cássia Da Rovare
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