A morte é de uma mesquinhez absolutamente grosseira e inútil.
Pudera mentir-se tanto para mitigar a dor da sua incoerência patética,
[da sua avassaladora inoportunidade.
Anelo pelo dia em que o humano, finalmente, abdicará de morrer.
E, segundo as ciências, essa bem-aventurança está bem próxima!
Transplantes de órgãos, e de órgãos clonados crescidos em estufas;
Engenharia e reengenharia genéticas;
Medicina nanorrobótica;
Sangue artificial.
Ah, que muito em breve, poder-se-á viver por um milênio!
E: sempre jovens!
A morte está à beira da obsolescência.
A única tristeza que me fica em ver crescer a geração bendita
Do homo immortalis
É não poder eu mesmo acompanhá-la... é me saber finito e rumando
para o apodrecimento e o verme, o esquecimento e o granito negro
mental e desmental, antimaterial. O sempiterno emparedado, infando.
Ao menos, me fiquem as letras que, se a letra mata, também eterniza;
Se cega, também guarda luz e eco. E encerra inteligência artificial!...
Quiçá a letra é o primeiro nanorrobô contra a morte.
Igor buys
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