De Mara Paulina Arruda
As pessoas parecem um cordão.No meio delas atrapalho-me. Bato
em uma, em outra e outra. Fica impossível caminhar normalmente dado a multidão
nas ruas, no centro dessa cidade. Cheguei de Sarandi e estranhei o movimento
dessa gente. Lá na minha cidade vendia cocadas, era auxiliar de lanchonete,
tinha experiência nesse ramo. Tô faceira por que entreguei uns currículos. Fim
de ano. Cada um preocupado com suas contas, com seus afazeres num entra e sai
das lojas vestidas de natal. Pelas calçadas os mendigos, os piás e as mulheres
com suas drogas. É domingo. As compras não param. Procuro um poema perdido,
alguns versos, palavras amorosas para ditar á alguém que veio comigo lá de
longe. Procuro algumas palavras como se fosse um papelzinho de bala que uma
criança deixou cair após desenrolá-la.
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