domingo, 3 de novembro de 2013

De Mara Paulina Arruda

As pessoas parecem um cordão.No meio delas atrapalho-me. Bato em uma, em outra e outra. Fica impossível caminhar normalmente dado a multidão nas ruas, no centro dessa cidade. Cheguei de Sarandi e estranhei o movimento dessa gente. Lá na minha cidade vendia cocadas, era auxiliar de lanchonete, tinha experiência nesse ramo. Tô faceira por que entreguei uns currículos. Fim de ano. Cada um preocupado com suas contas, com seus afazeres num entra e sai das lojas vestidas de natal. Pelas calçadas os mendigos, os piás e as mulheres com suas drogas. É domingo. As compras não param. Procuro um poema perdido, alguns versos, palavras amorosas para ditar á alguém que veio comigo lá de longe. Procuro algumas palavras como se fosse um papelzinho de bala que uma criança deixou cair após desenrolá-la.

Nenhum comentário: