De Mara Paulina Arruda
Anisestrelada encontrou-se com Diva na esquina do bairro.
Sábado de manhã. Dia de contar os acontecimentos da semana. Alegres
cumprimentaram-se. Diva disse que iria chover, com certeza! E essa certeza
vinha da dor em suas pernas. Anisestrelada falou da indignação com os larápios:
-Já não dá mais de estender as roupas no varal; é só
estender, agente virar as costas e desaparecem as roupas num segundo:
mámeudeusdocéu aonde é que vamo pará?
E virou-se ao apontar a plantação bonita de soja de seu
Pedro.
-Mávamotocando...andiamo, qüi siámo proprietários é?!
Diva também estava preocupada com o preço dos mantimentos no
mercado e com a velocidade do tempo.
-Imagine, que o tempo voou e hoje é dia 25. Ainda ontem o
ano estava começando a dar os primeiros passos...
E assim conversando foram trazendo as lembranças quando a
cidade era uma vila, pequenos quadros pendurados na sala de suas memórias: a
família reunida, as férias na beira do rio, os aniversários das crianças.
Quando se deram conta no relógio eram 11.30 minutos.
-Mádiosanto! ainda tenho que ajudá na lavoura...
Eu não disse, perguntou Diva:
-O tempo corre, a vida passa e nois quando nos encontramo perdemo
a hora...
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