quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

De Mara Paulina Arruda

Anisestrelada encontrou-se com Diva na esquina do bairro. Sábado de manhã. Dia de contar os acontecimentos da semana. Alegres cumprimentaram-se. Diva disse que iria chover, com certeza! E essa certeza vinha da dor em suas pernas. Anisestrelada falou da indignação com os larápios:
-Já não dá mais de estender as roupas no varal; é só estender, agente virar as costas e desaparecem as roupas num segundo: mámeudeusdocéu aonde é que vamo pará?

E virou-se ao apontar a plantação bonita de soja de seu Pedro.

-Mávamotocando...andiamo, qüi siámo proprietários é?!

Diva também estava preocupada com o preço dos mantimentos no mercado e com a velocidade do tempo.

-Imagine, que o tempo voou e hoje é dia 25. Ainda ontem o ano estava começando a dar os primeiros passos...

E assim conversando foram trazendo as lembranças quando a cidade era uma vila, pequenos quadros pendurados na sala de suas memórias: a família reunida, as férias na beira do rio, os aniversários das crianças. Quando se deram conta no relógio eram 11.30 minutos.

-Mádiosanto! ainda tenho que ajudá na lavoura...
Eu não disse, perguntou Diva:

-O tempo corre, a vida passa e nois quando nos encontramo perdemo a hora...

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