terça-feira, 21 de janeiro de 2014

FLAGRANTE NA RUA


Poderia ser minha mãe
Minha avó
Ou quem sabe minha tia
Que declamava poemas
De Fagundes Varela
Álvares de Azevedo
e Castro Alves

Mas aquela senhora
Ajeitando caixas de
Papelão, panos e jornais
Não era da família
Nem parente
nem contraparente

Assim mesmo
Me cumprimentou
Com um sorriso frágil
Não pediu nada
E deitou-se na calçada

Desintegrando a luz
Rubens Jardim

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