sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Manon

 De Mara Paulina Arruda



Atravessei a grande muralha da China.Com uma mochila nas costas passei por muros de tempos memoráveis. Tempos difíceis. Tempos trabalhosos. Fiz essa caminhada à procura de um par. Nas torres e portas por onde passei lia Wittgenstein. Noutras vezes terminava de bordar uma toalha em ponto cruz. Preparava-me para brindar o amor.

A escritora com um caderninho numa mão,com uma caneta na outra, no parapeito da janela do seu apartamento, no décimo quarto andar combinava as frases. Estava compondo um conto; um conto de uma operária da província de Shandong. Passou por vales, estendeu-se ao longo do topo das colinas,das montanhas mais altas, desceu aos profundos vales, cruzando em arcos os rios até encontrar o sociável Manon que, inesperadamente, veio pousar no seu nariz.

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