De Mara Paulina Arruda
Atravessei a grande muralha da China.Com uma mochila nas
costas passei por muros de tempos memoráveis. Tempos difíceis. Tempos
trabalhosos. Fiz essa caminhada à procura de um par. Nas torres e portas por
onde passei lia Wittgenstein. Noutras vezes terminava de bordar uma toalha em
ponto cruz. Preparava-me para brindar o amor.
A escritora com um caderninho numa mão,com uma
caneta na outra, no parapeito da janela do seu apartamento, no décimo quarto
andar combinava as frases. Estava compondo um conto; um conto de uma operária
da província de Shandong. Passou por vales, estendeu-se ao longo do topo das
colinas,das montanhas mais altas, desceu aos profundos vales, cruzando em arcos
os rios até encontrar o sociável Manon que, inesperadamente, veio pousar no seu
nariz.
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