quarta-feira, 27 de agosto de 2014

MEU CORPO lembra Frida Kahlo

 A marca que impede uma alma livre de ser plena, correr ao encontro de tudo. O congelamento do corpo em uma cama, em um espaço cerzido. Ela - Frida - não aceitou e pintou sua realidade com traços de luz/fogo/alfazema/lágrima e amou de um amor irrepreensível e nunca aceitou que o mundo a taxasse de menor ou pequena... Frida sussurra no meu travesseiro a ladainha da rebeldia: Ergue este queixo bonito e pisa as flores da tua escolha, e ama e ama até forjar uma chuva de colibris acima dos abismos. Frida, Frida... Ainda estamos colhendo estas aves azuis com nossas mãos pequenas. Tua liberdade era estrela bastarda - eterna fagulha no céu - eu a agarro como quem monta uma égua dilacerada, pretendendo com ela atravessar a agonia do viver. E quando meu corpo esquece que é teu corpo eu contemplo este duplo meu e a minha voz interior diz claramente - Sou Frida à medula.

Bárbara Lia
Respirar (2014)


https://www.youtube.com/watch?v=pyO6rmvuKV8

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