sábado, 1 de outubro de 2011

PELE DE CORDEIRO

O inimigo

não usa mais botinas

nem carrega nas mãos

longos cassetetes.

O inimigo

agora pede licença

escondido

na pele de cordeiro.

O inimigo

não tem mais patente

vive transparente

ruminando tramas.

Ele é sombra.

Ele é vulto.

Não tem mais nome.

E o armazém da vida

continua vendendo

quilos e mais quilos

de pedaços de fome.

Amigo, me responde?

Corro ou não corro perigo?

Quem é o nosso inimigo?

Julinho Terra

Carioca, escritor, autor de

Tenho em mim um candeeiro.

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