Tire-se o homem do abismo
de seu bélico tropismo.
Mude-se o ódio na fala
que, envergonhada, se cala.
Que o crime não aconteça
e a causa desapareça.
Que a mão não pegue na arma.
Não passe a ira do alarma.
Não se plante sofrimento
onde, do amor, não é o momento.
Cantem os pássaros na alma
de quem sua fúria acalma.
Brotem fontes na erma terra
em que a solidão se encerra.
Que o choro e o ranger de dentes
sejam, da paz, as sementes.
E a noite envolva em seu manto,
do amor, o gesto e o canto.
Reynaldo Valinho Alvarez
Carioca, escritor, autor de Corta a noite um gemido.
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