sábado, 1 de outubro de 2011

Por que fuzis e canhões, metralhadoras ou explosões?

Tire-se o homem do abismo

de seu bélico tropismo.

Mude-se o ódio na fala

que, envergonhada, se cala.

Que o crime não aconteça

e a causa desapareça.

Que a mão não pegue na arma.

Não passe a ira do alarma.

Não se plante sofrimento

onde, do amor, não é o momento.

Cantem os pássaros na alma

de quem sua fúria acalma.

Brotem fontes na erma terra

em que a solidão se encerra.

Que o choro e o ranger de dentes

sejam, da paz, as sementes.

E a noite envolva em seu manto,

do amor, o gesto e o canto.

Reynaldo Valinho Alvarez

Carioca, escritor, autor de Corta a noite um gemido.

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