Marcia Barbieri
"Depois da raiva, tinha dó, depois do dó tinha inveja
dos urros dos animais, dos seus sexos à mostra, tinha inveja da facilidade de
como eles fodiam e pariam sem prestar contas a ninguém. E eu paria seres
miúdos, enrugados, e todos me interrogavam sobre a paternidade daqueles
homenzinhos franzinos, como se eu não pudesse ser simples partenogênese.
Enquanto isso o feto no vidro crescia, embora ainda fosse um dado inexistente.
Mas segundo o filósofo ou louco, como preferirem, passado e presente
coexistem."
Nenhum comentário:
Postar um comentário