Me lembro daquele dia
em que a gente se conheceu
e o meu coração dividia
toda a alegria com o seu.
E o meu coração criou asas
nunca mais me pertenceu
afoito, fugiu de casa
voou pros braços do seu.
O seu coração insensato,
comeu a alma do meu
jogou a casca no mato
e depois se escafedeu.
O meu coração, quem diria,
ficou sendo o desalmado
E o teu, por pura ironia,
"passando bem, obrigado".
Altair de Oliveira, In: "A Grande Coisa".
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