sábado, 23 de março de 2013



A gentileza de um pedaço de pano sujo
insulto à gentil donzela burguesa
no sorriso preto de carne podre,
a lembrança de um fragmento,
alimentos dos esgotos
fragrância de catacumba.
Da feiúra agressão constante,trôpega
lembrança do quão humano é a treva,
o abismo.
Segue contando moedas no Scheol,
acumulando pedras na sepultura
barata Samsa  a visita o túmulo onde o espectro levanta
 a lama pegajosa do lamento,
pasmaplacenta da sua história
limbo bolorento de um ser,
morto para os vivos e vivo na casca crocante da barata.

Wilson Roberto Nogueira. 2006



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