sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O dia de trabalho acaba. Eu sobrevivi comendo doces e bebendo refrigerantes do mercado que caiu em cima de mim. Então estou machucado, gordo e muito cansado. É como seis da tarde é. Eu atravesso a ponte do limão sob o rio mais sujo da cidade que fica exatamente em frente ao meu trabalho. Então eu volto ao metrô pensando no meu marido da webcam que simplesmente desapareceu. Apenas um de muitos deles. Eu recordo toda a conversa da webcam. Eu idealizo o divórcio. E eu começo a notar todos os homens belos. E eu começo a me imaginar esfaqueando o Federico de Vito como se faz com um porco antes de assar, e eu escrevi um conto sobre isso.

"As pessoas não vivem ou morrem, as pessoas só flutuam". É a frase que tenho tatuada na minha perna esquerda. Eu temo estar flutuando enquanto espalho pomada cicatrizante nela. Eu mudei novamente. Eu havia dito antes que eu nunca me tatuaria, pois não era indígena. E agora, eu sou um indiozinho. Não consigo manter algo na mente. Manter a palavra.

Não consigo manter o vegetarianismo. Não consigo controlar a conduta sexual e de novo, não pude traduzir meu ótimo conto porque eu passei as duas últimas horas pescando maridos pela webcam. Hugo Guimarães




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