chove e entendemos que é preciso transcender as três etapas
da lógica, burlar a lucidez e rir diante de uma arma branca o pulso nos
arremessa às cartas sanguíneas, escrevemos para lembrarmo-nos, para
esquecermo-nos das nossas contradições, sabemos que existimos para inexistir e
não podemos deixar de sentir toda a vida que se esvai entre os dedos
parturientes da loucura, nada compreendemos porque nela moldamo-nos disformes
entramos no labirinto, cegos e nus tateamos as nossas faces refletem, por mais
que chova, somos iluminados e corajosos, somos raios capazes de abalar o globo
com a impávida tormenta que nos impulsiona ao desconhecido dentro e fora de nós
brindamos, não blindamos, somos generosos e impiedosamente sinceros por
respeito à imperfeição, fortificamo-nos a partir da nossa fragilidade
Camila Vardarac
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