Falo do esquecimento porque a eternidade é uma casa vazia e
não me apetece habitá-la. por muito tempo meus dias foram infinitos até que,
acompanhando com os olhos o trajeto dos pássaros, ouvi um disparo ao fundo, um
disparate do destino do outro lado da parede, alguém morreu e achei tão
fascinante que não consegui escrever sobre isso sem morrer também. antes
tivesse ido com o passaredo, passaria menos mal, embora o céu mais próximo.
minha condição é tão humana quanto meus pés no chão, terrível, nas subdivisões
do cérebro meus pensamentos criam esquemas ilícitos, de fuga
Camila Vardarac
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