quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O SIRENÁRIO SEREANTE



Nem bem sei se seria sem sereias...
tampouco sei se o mar aprovaria ...
Se sem, eu me encheria de defeitos
E errava pelos dias contrafeito
Dum jeito que nem eu me entenderia.

Danadas! Nadam dentro do meu peito!
Afoitas, dançarinas e com trejeitos
E com gestos em que festo se degusto
Me ensinam setecentas gargalhadas
E animam com cantigas ritmadas
Manadas de alegrias do meu susto
E um novo gozo a cada respirada...

Sem elas eu sou sem elos, sou sem velas.
Sem vê-las eu desmazelo e desmantelo,
Tateio em desespero , em agonia...
Sei bem que sem sereias desencanto
Esvazio, irrelevante no meu canto
Sem crer que um dia eu fora antes delas...
Não sei ser insereno nem um dia...
- Eu só sei que sem sereias... eu não seria!


Altair de Oliveira - In- O Lento Alento

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