sábado, 20 de junho de 2015

 “Só se ama uma mulher quando lhe tememos a pele e o cheiro”, Leio o pensamento de Antonio Maria, querendo lembrar-me do tempo – dos dias desprovidos de razão ou sentido para temê-la assim, quando nossos corpos e cheiros eram órbitas difusas, intocadas e de improvável e quase absurda condição de proximidade – e lembro ou concluo, não sei bem, senti o cheiro dela, o desespero, a sofreguidão, a morte do que eu fui antes, no exato momento em que nossos olhos se tocaram.


Julio Almada

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