domingo, 21 de junho de 2015

é a solidão
que me carrega
no dorso da palavra
até a beirada do obscuro

onde me atiro
porque me assoma
desde sempre a vertigem
e me assombra mais o medo
do que acabar

e é na queda
que o hálito do abismo
aviventa minhas asas
de inventora do impossível

é a solidão
que empilha silêncios
até emparedar meu grito
e eu, simbionte,
tomo sempre num hausto
o ultimo fôlego
e cavo frestas
a lápis e caneta
até eclodir o verso
onde respiro


Iriene Borges

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